Fonte: bicodocorvo.com.b |
Numa extensa floresta, onde é ocultada a verdade dos animais aos homens, flui natural várias histórias que nos remetem à reflexão social. Se nossa sociedade estivesse a estrutura organizacional que as formigas, se defendêssemos nossos filhos com garras e bicos como fazem os pássaros ao verem se aproximar os predadores, se fôssemos diligentes em buscar o que procuramos como os leões, ou ao menos se imitássemos os bailarinos colibris dançaríamos em meio a tempestade ou faríamos nossa parte em apagar o fogo de nossa floresta. Se ... Se.
Somos constantemente corrompidos pela concupiscência dos olhos, é-nos difícil evoluir, falo de evolução interior, não a que nos torna insensíveis e individualistas, mas a que nos cobre de virtudes. Não ouvimos conselhos, aliás, detestamos tal solicitude, haja vista nosso ser impregnar a frase “Você sabe tudo, portanto não necessita de outrem”. Faz-se o que se quer fazer e não se deve a ninguém. As sugestões não importam, os seus feitos não tem nada a ver, é-se assim mesmo.
O último período fez-me lembrar das lições da floresta nas quais jazem encobertas a nós, em específico, uma que ouvi acerca de um papagaio que não sabia ouvir recomendação. Todas às vezes ao ouvi-la, acerca de seu comportamento que feria a socialização comunitária dos animais, dizia:
- Isso não importa! Não tem nada a ver! Isso é assim mesmo!
Sempre que alguém ia aconselhá-lo se ouviam as mesmas expressões:
- Isso não importa! Não tem nada a ver! Isso é assim mesmo!
Num dia inesperado caçava, ali perto, uma raposa. Avisaram ao falador:
- Não desça da árvore, pois a dona raposa está faminta.
O louro esnobemente confiando na sua capacidade de voar repetiu as aborrecidas expressões:
- Isso não importa! Não tem nada a ver! Isso é assim mesmo!
Quando a ave menos esperava chegou a dona raposa e nac! Pegou o papagaio. Os outros animais gritavam:
- Lute, sr. papagaio. Seja forte. Procure sair da boca da raposa.
O louro respondeu :
- Isso não importa! Não tem nada a ver! Isso é assim mesmo!
E foi-se a raposa a degustar o louro.
Na maioria das vezes estamos na boca da raposa, num qüiproquó infernal, sem saídas, e ao ouvirmos conselhos repetimos as palavras da vítima:
- Isso não importa! Não tem nada a ver! Isso é assim mesmo!
Por Josiel Barros
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