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    sexta-feira, 7 de setembro de 2012

    O inferno na Idade Média - Como o catolicismo romano aterrorizava os europeus


          Na Idade Média, a Europa viveu a fase mais negra de sua história, milênio dominado pela igreja romana. Essa dominação se dava nas artes, na filosofia, na educação, na literatura, na economia enfim em todas as manifestações humana. Deve-se lembrar que a sociedade estava dividida em camadas praticamente inalterável: vassalos, senhores feudais e  clero. Desses, apenas o clero dominava a cultura; enquanto os proprietários feudais apenas alguns sabiam ler; já quanto aos vassalos, a maioria absoluta da sociedade,  era uma total ignorante, não tinha acesso à escola, sendo seu único acesso à cultura letrada os discursos dos clérigos nos quais era um «baião de dois» de cristianismo, de filosofia e de conceitos pagãos.
               Assim era fácil para a igreja impor a devoção religiosa.   Uma das formas de domínio era a propaganda visual do diabo,  sua forma algoz e medonha no     inferno. Mas como era o inferno para o homem medieval? Ramon Llull, filósofo e teólogo do século XIII em seu livro «Doutrina para  crianças», fomenta uma visão do que era o inferno na mentalidade medieval. A geografia infernal estaria dividida em: a) inferno - onde estariam os danados em total tormento, cujos carrascos eram os demônios e o próprio Satã; b) o inferno purgatório - onde se paga penitência; c) o terceiro inferno é chamado Abraão, de onde se esperava sair os profetas que viveram antes de Cristo; d) o quarto inferno era o lugar das crianças não  batizadas.
                    A iconografia (do grego "eikon", imagem, e "graphia", descrição) foi uma arma convincente; se a população não sabia ler textos escritos, ao menos leria facilmente textos    não-verbais,    assim    as    pinturas um papel de  importância na transmissão da dominação da igreja. As imagens  medievais do inferno (veja-as nos livros,  na internet, etc.) era algo aterrorizante; caso os homens não se sujeitassem à vontade da igreja romana, iria ao primeiro inferno, desse modo o clero manipulava-os pelo medo (entre outras formas de domínio). O homem medieval era um ser covarde, medroso, inseguro e totalmente dependente do que os padres apregoavam.
                    Mas como eram essas pinturas? A visão era apavorante; os demônios permeavam a tela, rasgando os danados (as pessoas), fazendo-os engolir fogo, pondo-os em tachos ferventes, cerrando-os ao meio, furando-os. Enquanto os danados eram pintados nus, amarrados de cabeça para baixo, com olhares desesperadores, e com gritos sufocados pelo terror; geralmente os danados eram postos diretamente em fezes, no fogo e na escuridão. Já a descrição de Satã é visto com um imperador, sentado sobre o trono infernal; com o corpo peludo, boca grande, aberta cheia de fogo, dentes salientes, cabelos flamejantes, cascos, patas com garras ou presas, rabo, chifres e asas de morcego ou de anjo; por vezes despedaças os danados, engolindo-os e depois os defeca. Dotava-se Satã com características insuperáveis.
                    Ora se hoje as pinturas da Idade das Trevas acarretam medo, como não era o efeito persuasivo que elas causavam numa sociedade ignorante, desprovida do ato de contradizer as pregações dos padres. Não é à toa que foram dez séculos de escuridão sobre o mundo; a propaganda do diabo e seus agentes feita pela igreja romana otimizou a dominação dos clérigos, mas não pode suportar o efeito libertador da Reforma Protestante no século XVI, na qual abriu total espaço para a divulgação da renascença, pondo fim a era de terror imposta pela  igreja romana.
                                                      Josiel Barros
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